quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Quem é contra o agronegócio? E por quê?

 


Artigo: Sérgio Turra - Deputado Estadual

Os ataques recorrentes ao agronegócio brasileiro — por desinformação ou má fé de quem os comete — não podem ficar sem resposta. Se calar perante ao fato seria consentir com os absurdos que temos acompanhado na mídia, e até no Parlamento Gaúcho, que cumpre o importante papel de ser porta-voz de um Estado que tem quase 40% do seu PIB impulsionado pelo setor primário.


As acusações são sempre as mesmas: entre tantas outras bobagens, se diz que o Brasil é o país que mais utiliza “agrotóxicos” ou que o extraordinário crescimento da produção agrícola nos últimos 20 anos se deu à custa da derrubada de florestas – embora estudos da Embrapa demonstrem que as supersafras resultem do crescimento exponencial da produtividade, ou seja, de volumes maiores colhidos nas mesmas áreas, graças ao avanço da tecnologia.  


De fato, a agricultura ocupa menos de 10% do território nacional. As áreas de matas preservadas representam mais do que o dobro da média mundial. O Brasil é um dos países com maior cobertura vegetal nativa do planeta. Produtores rurais conservam em suas propriedades uma área equivalente a 20% do território brasileiro. Quem mais, no mundo contemporâneo, pode exibir números como esses? A pecuária e a avicultura também são acusadas de acelerar o aquecimento global, ou de transmitir hormônios à população. Nada disso também é cientificamente verdadeiro.


A verdade é que foi o agronegócio que salvou o Brasil da insolvência na última grande recessão vivida pelo país antes da pandemia — e isso se repetiu durante a crise sanitária mundial. O setor cresceu, gerou empregos e garantiu o abastecimento do mercado interno e até dos de outros países. Em meio ao naufrágio da economia mundial, o campo ainda sustentou saldos positivos na balança comercial. E isso não se deu por acaso. 


O agronegócio brasileiro é o maior exportador de soja, açúcar, suco de laranja e café do mundo. É, também, o maior fornecedor de carne de frango, além de grande exportador de carne bovina, frutas, algodão e milho. O agronegócio responde por 48% das exportações brasileiras. Fatura mais de US$ 90 bilhões. Emprega mais de 19 milhões de trabalhadores. E gera mais de R$ 600 bilhões para a economia, contribuindo com quase 30% do PIB brasileiro. Não por acaso, as principais fontes de criação de empregos nos últimos anos foram a agricultura e a pecuária. 


Por trás do vinho icônico ou do prato do chef famoso existe uma legião de produtores rurais garantindo, com seu trabalho anônimo, a matéria-prima para os restaurantes e supermercados. Quem frequenta os salões dos melhores restaurantes nem sempre sabe de onde vêm os alimentos e como são produzidos. Ou de que modo uma quebra de safra impacta diretamente no custo de suas refeições ou do combustível renovável que utiliza em seu veículo. Mas o fato é que agricultores e consumidores não vivem uns sem os outros — por mais que raramente se encontrem face a face. Mesmo assim, ainda há quem demonize o agronegócio — um cantilena tão antiga quanto politicamente desonesta e oportunista. 


Sim, o Brasil é o terceiro maior fabricante de jatos comerciais do mundo, atrás apenas da Europa e dos Estados Unidos. Mas a verdadeira vocação do país é o agro, setor em que somos respeitados como superpotência. O desenvolvimento tecnológico neste segmento, e as produtividades obtidas graças a ele, assombram o mundo. A clonagem de animais, a transgenia, a digitalização, a agricultura de precisão, a automação das máquinas agrícolas, os drones e tantas outras já estão perfeitamente incorporadas ao dia a dia de nossos produtores. 


Há pouco mais de duas décadas, o Brasil colhia 70 milhões de toneladas de grãos. Nesta safra, estamos no limiar das 300 milhões de toneladas. Quem, em sã consciência, pode ser contra um setor que alimenta o mundo com responsabilidade social e ambiental, a não ser que seja motivado por um mesquinho projeto político de assalto ao poder?

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