quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Parecer libera compra de vacinas pelo setor privado desde que obedeça as prioridades do SUS

Fonte: Valor Econômico

Relator da medida provisória (MP) que cria regras simplificadas para compra e registro de vacinas contra a covid-19, o deputado Pedro Westphalen (PP-RS) propôs em parecer protocolado hoje que empresas possam adquirir doses dos imunizantes disponíveis, mas que terão que doar pelo menos 50% para o Sistema Único de Saúde (SUS) e respeitar a lista de prioridades do Ministério da Saúde.

“A aplicação tem que ser dentro do plano de quatro fases do Ministério da Saúde. Se a população de mais de 85 anos estiver sendo vacinada no SUS, a empresa não poderá usar suas doses para vacinar funcionário de 18 anos. Terá que destinar para os funcionários com mais de 85 anos”, afirmou Westphalen ao Valor. “Não podemos elitizar esse processo”, disse.

O parecer determina que, após a imunização total dos grupos prioritários, a iniciativa privada ficará dispensada da exigência de doar ou ofertar pelo menos 50% de suas doses para o SUS e poderá aplica-las da forma como desejar. O relator disse que a inclusão dessas regras foi ideia sua durante o feriado de Carnaval e não foi pedida por nenhum setor específico.

A discussão sobre mudanças na legislação sobre a importação de vacinas por empresas privadas e a aplicação fora do SUS ganhou corpo junto com a demora na imunização dos brasileiros contra a covid-19. Laboratórios e clínicas privadas, como a União Química e a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), tentam acelerar as importações com vacinas fora do círculo Butantan/Coronavac e Fiocruz/AstraZeneca.

A compra de vacinas por empresas, com a doação de parte delas para o SUS, foi negociada por um grupo de empresários com o governo em janeiro, mas não avançou na época por entraves na legislação e também por desistência de parte das empresas diante da repercussão. O parecer à MP pode viabilizar essas operações, embora restrinja a aplicação das vacinas.

A medida provisória está com votação prevista para amanhã no plenário da Câmara. Caso aprovada, a proposta será analisada ainda pelos senadores antes de seguir para sanção presidencial. O texto se tornou uma das prioridades do novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que estabeleceu como uma das marcas do início de sua gestão medidas relacionadas a pandemia.


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