No dia 28 de agosto, a Câmara de Vereadores de Caçapava
do Sul realizou uma audiência pública para debater a saúde de Caçapava do Sul,
através das responsabilidades do Município, Estado e União.
As entidades convidadas tiveram um tempo estipulado para
uma apresentação inicial e depois responderam os questionamentos da Comissão de
Saúde, que é composta pelos vereadores Marquinhos Vivian, Silvio Tondo, Márcia
Gervásio e com o auxílio do vereador Luis Fernando Torres.
O relatório apontou todas as demandas abordas na
audiência e fizeram sugestões nos principais problemas da saúde. A Audiência
visou esclarecer as responsabilidades de cada órgão, sendo o município o gestor
do SUS em Caçapava, no qual sempre é de responsabilidade da Secretaria de saúde
qualquer demanda.
O encontro contou na época com a presença de
representantes da Secretaria de Saúde e o Prefeito Giovani Amestoy, os técnicos
da 8º CRS com sede em Cachoeira, a direção do Hospital de Cidade Dr. Victor
Lang, representantes dos médicos, o Conselho Municipal de Saúde e o Promotor de
Justiça, Diogo Taborda. A audiência foi mediada pelo Presidente da Câmara,
Ricardo Rosso, onde a reunião durou cinco horas.
Confira os principais trechos do relatório da Comissão
que tem 40 páginas:
1. Da gestão do SUS no município:
O sistema SUS (Sistema único de Saúde) estruturado à partir do
Art. 196 da Constituição Federal é gerido em nível municipal pelo Secretário da
saúde sobre a supervisão do prefeito municipal, conforme fica claro da resposta
senhor secretário ao questionamento elaborado por esta comissão em (pág 03) da
ata relatório da audiência.
2. Da fiscalização do termo de convênio nº 392/2017 (Pronto
Atendimento):
O município de Caçapava do Sul
mantém convênio com a Associação Hospital de Caridade Dr Victor Lang para mutua
colaboração de incentivo e qualificação do funcionamento do pronto atendimento.
Através deste instrumento legal são repassados mensalmente pelo poder público a
associação referida à quantia de R$ 280.000,00 (Duzentos e Oitenta Mil Reais),
que será majorada à partir de outubro de 2017 para R$ 300.000,00 (Trezentos Mil
Reais).
A Secretaria de Saúde afirma que
não possui um fiscal exclusivo para atender o PA, no qual são feitas visitas no
local, mas sem fiscal de contrato excluviso.
Comissão: Como
a Prefeitura é contratante deste serviço a responsabilidade de fiscalização da
prestação de serviço ao Cidadão Caçapavano seria do Gestor? Promotor-Diogo Taborda: Sim, nós temos
recurso público sendo colocado no Hospital, evidentemente que tem que ter a
fiscalização deste recurso público, quem contrata um serviço tem que ter um
Fiscal deste contrato, se a gente for fazer uma analogia com a nossa Lei de
Contratos Públicos e Licitações a Lei 8.666 (Oito, meia, meia, meia), lá tem a
figura do Fiscal de contrato, isso é Controle Interno, nós temos que ter
Controle Interno feito pelo próprio Órgão Gestor, muito com viés de prevenção
para que não ocorra uma ilegalidade ou até mesmo uma improbidade
administrativa, e o Controle Externo que é feito como função aqui do Poder Legislativo,
pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas, ele inclusive pode apontar
uma irregularidade e isso pode ensejar a responsabilização não só do Gestor
Público ou do Funcionário Público, do Agente Público que esteja encarregado de
administrar aquele valor, mas também do particular que não empregue
corretamente aquele valor e fuja do objeto, tanto do contrato que na verdade
acaba sendo a lei entre as partes.
Assim,
está comissão recomenda um acompanhamento mais efetivo da aplicação dos
recursos envolvidos no convênio.
3. Da
implantação de centro materno infantil
O município tem projeto em desenvolvimento
para criação de um centro materno infantil para atendimento das gestantes.
Sobre isso elaborou colocação respondida pelo Secretário e pela Coordenadoria
de Saúde.
Secretário da Saúde - Doutor Juarez: Com relação a este problema de gestantes,
nós estamos montando, deveremos inaugurar em breve um Centro Materno Infantil e
será dedicado exclusivamente para gestantes e crianças até 3 (Três) anos de
idade. Já locamos o prédio, já estamos colocando algumas coisas, já estão lá
móveis, equipamentos, computadores e ainda faltam algumas coisas, mas assim que
se completar nós estaremos inaugurando, seguramente será um avanço importante
no tratamento das gestantes e dos seus filhos. Comissão: Qual o posicionamento da Coordenadoria sobre o Centro
Materno-Infantil? Coordenadoria -
Juliana: A gente entende que para qualificar o pré-natal, o pré-natal de
baixo risco ele deve acontecer nas Unidades Básicas de Saúde, a gestante ela só
deve sair do seu território quando ela for considerada uma gestante de alto
risco que ela precisa procurar uma especialidade, no caso um Obstetra, ou uma
criança um Pediatra, a gente entende que é importante, claro, dentro das
possibilidades do Município poder ofertar especialistas, ou seja Pediatras ou
Obstetras, que bom, mas a gente precisa ver como vai ser a forma que ele vai
ser ofertado porque o que não pode é a gente tirar esta gestante, esta criança,
do seu território centralizar num Centro de Referência, onde ela perde o
vínculo de acompanhamento, a gente tem experiências de outros Municípios que
tentaram implantar e não conseguiram nem implantar esta organização e agora
estão desfazendo estes Centros porque ele não deu certo, na verdade o interessante
seria se este profissional estivesse dentro das Unidades Básicas fazendo este
atendimento lá nas Unidades porque todas as vezes que uma gestante ou uma
criança ela sai do seu território ela perde o vínculo e a busca ativa, em um
Centro Especializado não tem condições de fazer este tipo de atendimento, desde
as questões de imunizações dessas crianças tudo, as vacinas elas são realizadas
dentro da Unidade, isso é vários exemplos, aí ela sai do seu território, desse
acompanhamento, então o ideal seria que estes profissionais tivessem inseridos
nos territórios destas gestantes e destas crianças. Secretário da Saúde-Doutor Juarez: Nós sabemos que as Unidades
Básicas de Saúde, os ESFs, não prevê a presença de Especialistas. As Unidades
Básicas de Saúde são formadas por um Médico Clínico Geral e que atende às
gestantes da sua área, então esta nossa idéia de criar um Centro
Materno-Infantil seria para atender, desafogar um pouco a Policlínica, atender
aqueles pacientes que ela atende na Policlínica passar a ser atendida no Centro
Materno-Infantil, e este Centro servir de referência para os problemas alguns,
com a dificuldade que o Médico do ESF tivesse encaminharia para o Especialista
fazer o exame e retornaria para o ESF. Coordenadoria-Marta:Ocorreu
aqui na nossa Coordenadoria e dentro do Município de Caçapava do Sul um Curso
de Qualificação Pré-Natal na Atenção
Básica, na qual todos os profissionais receberam uma qualificação
específica para pré-natal. O que nós
vemos um Médico Clínico Geral Comunitário ele tem capacidade sim de atender o
pré-natal de baixo risco e o município de vocês com 34.000 (Trinta e quatro
mil) habitantes o número de gestantes de alto risco é muito pequeno em relação
ao custo de uma Unidade ou um Centro Materno-Infantil, na qual retiraria as
gestantes de baixo risco das Unidades Básicas de Saúde para ser atendidas. Nós
temos o exemplo do Município de Encruzilhada que tem um Centro Materno-Infantil
e que vai retornar as Unidades Básicas de Saúde porque tanto as gestantes como
as crianças perderam os vínculos com as suas Unidades e que atualmente só quem
conhece tanto a gestante quanto a mulher ou a criança são as Agentes
Comunitárias de Saúde daquela área ou daquele território e o Centro
Materno-Infantil e na realidade nós enquanto Estratégia da Saúde da Família
enquanto com a filosofia de processo de trabalho ele tem que atender todo Ciclo
Vital e se nós não pegarmos a criança para fazer a questão da promoção e
prevenção junto com a mãe nós perdemos este vínculo e o processo vai se dar de forma
diferente com um alto custo dentro do Município.
Assim,
dentro de um conceito maior de fortalecimento dos ESFs esta comissão julga
interessante, sopesado com as colocações da coordenadoria, o estudo de o foco
do atendimento de pré-natal dar-se nas unidades básicas de saúde.
4. Divulgação
dos canais digitais de atendimento na Saúde
As
ferramentas criadas pela tecnologia da informação tem mostrado-se extramente
eficaz em tornar a vida moderna mais ágil e confortável. Desta forma, foi
criado em nosso município um site direcionado as demandas da saúde https://www.saudecacapava.com.br/
, bem como desenvolvida linha telefônica gratuita para atendimento da demanda
por consultas na rede pública, qual seja, o 08006432396, assim sobre o tema
aconteceu o seguinte debate:
Comissão: É que de 2015 (Dois mil e quinze) a 2016 (Dois mil e dezesseis) tivemos
o 0800 (Zero oitocentos) para agendamento, Site Portal da Saúde, a
Informatização do Sistema, por isso a Comissão quer saber o por que da pouca
divulgação do 0800 (Zero oitocentos) neste período e que seja divulgado também
endereços do Portal da Saúde, onde as pessoas com protocolo acompanham os seus
processos. Por que não teve nenhuma divulgação e sobre as filas nas Unidades,
na Policlínica, se a Secretaria tem alguma solução, a gente sabe que foi feita
uma pesquisa?. Secretário da
Saúde-Doutor Juarez: O 0800 (Zero oitocentos) funciona dentro do período
que a Policlínica está aberta, não tem um horário específico para o 0800 (Zero
oitocentos. Sobre o número de consultas eu não sei porque este 0800 (Zero
oitocentos) já existia, não começou agora e eu não sei exatamente quantas
consultas foram para marcadas. Quanto ao endereço e protocolo eu imagino que a
divulgação foi feita quando começou, agora eu não tenho esta informação, mas eu
imagino que quando começou foi feito, mas o uso do 0800 (Zero oitocentos) é
bastante expressivo. Coordenadora da
Regulação-Daiane: Foi formado em outubro de 2015 (Dois mil e quinze), foi
quando foi feito o Site do Portal de Saúde que é Saúde Caçapava, um dado que eu
vi esta semana é que tem mais de 22.000 (Vinte e duas mil) solicitações dentro
do Portal, tanto para consultas médicas, exames ou transporte, toda vez que é
feito na Secretaria de Saúde uma solicitação de alguma especialização ou de
algum serviço é entregue, uma via do protocolo ali é explicado que tem um
número para entrar no Site e ver todo o encaminhamento, se uma pessoa solicitou
um procedimento que não é liberado na hora e a maioria não é, ela pode muito
bem entrar no Portal pelo número do protocolo e acompanhar, a gente regula
quando recebe dentro da Regulação, quando encaminha, quando recebe uma
resposta, quando tem a data de encaminhamento e não consegue contato com o
paciente, então é tudo regulado e é sempre disponibilizado para o paciente
tanto nas Unidades quanto na Secretaria de Saúde esta segunda via do protocolo
com o número e o endereço do Site.
Logo, opina esta comissão que seja ampliada
a divulgação da existência destes importantes instrumentos da política pública
da saúde fortalecendo assim a gestão da saúde em nosso município.
5. Do
atendimento por demanda nos ESFs com equipes completas.
A
atenção básica consiste em um conjunto de ações em prol da saúde, tanto no
âmbito individual quanto coletivo, abrangendo promoção e proteção da saúde, bem
como prevenção de agravos. Dentre seus
fundamentos está o acesso universal e contínuo ao sistema de saúde.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é composta
por equipe multiprofissional que possui, no mínimo, médico generalista ou
especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade, enfermeiro
generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico de
enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS).
Pode-se acrescentar a esta composição, como parte
da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal (ou equipe de
Saúde Bucal-eSB): cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da
família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal.
Comissão: Nós
temos alguns valores aqui e no passado os valores no PA eram em torno de 90
(Noventa) a 100 (Cem) pacientes por dia e agora nós temos dia que chega até 150
(Cento e cinquenta) atendimentos, dando uma média de 113 (Cento e treze) por
dia como a Maria Helena nos falou aqui, os profissionais tem alguma explicação
para isso o porquê que está ocorrendo? Qual o motivo que está havendo esta
aglomeração de pessoas em alguns dias? Estes questionamentos chegam e é um dos
principais pontos buscar qual o motivo? Tendo em vista que temos 5 (Cinco) ESFs
no Município mais a Policlínica em funcionamento. Secretário da Saúde - Doutor Juarez: o que acontece, chegam na
Policlínica, tem fila, vai no PA, chegam noutro lugar não atendem na hora, vai
no PA, outra coisa, no PA os exames são feitos na hora, isso é um atrativo, se
ele vai na Policlínica ele vai pedir o exame, vai marcar no Laboratório que vai
levar uns quantos dias para trazer de volta e remarcar a consulta, no PA ele
vai lá faz o exame, mostra na hora, outra coisa, como disse o Doutor Adalgiso
mais da metade não precisa estar lá, estão lá porque tem a comodidade, tem a
facilidade, chegam lá e a porta está aberta ...
[...]
Comissão: A
Coordenadoria o que tem a falar sobre este assunto? Coordenadoria - Juliana: Bom a gente vê assim, não é um fator em
si, mas a gente pode elencar vários fatores: 1° (Primeiro) é a forma como as
unidades básicas, na verdade o atendimento nas unidades básicas, nos ESFs elas
não deveriam ser por fichas, elas deveriam ser por acolhimento à demanda
espontânea, talvez seria isso uma das dificuldades de acesso nas Unidades
Básicas; 2° (Segundo) talvez pode ser também
por questões profissionais executadas não estarem completas como elas
deveriam estar; 3° (Terceiro) outra questão seria a baixa resolutividade das
Unidades Básicas porque a gente vê que se a Unidade Básica não resolve ela vai
procurar atendimento em outro nível, mas a gente vê que muitas vezes ou é por
recursos humanos ou é por insumos ou materiais, várias coisas fazem com que
esta unidade não dê a resolutividade;
O que fica claro da fala da representante da coordenadoria regional de
saúde é a possível qualificação do serviço sendo o atendimentos nos ESFs realizados
por demanda livre e não por fichas. Pois, dessa maneira a população saberia da
possibilidade de obter atendimento na estratégia da saúde da família. Outro
ponto relevante é a necessidade de as equipes das estratégias serem mantidas
completas prestando assim um melhor atendimento a população e permitindo o
acesso aos recursos federais.
6. Sobreaviso
A questão do custeio do sobreaviso
apresenta-se como empecilho para o desenvolvimento da saúde isto é constatação
que fica de algumas falas colocadas na audiência pública, vejamos:
Comissão: Se o Município cede Médicos do Município para suprir a carga horária do
sobreaviso no Hospital, existe esta cedência de horário dos Médicos para
cumprir o sobreaviso lá no Hospital?. Secretário
da Saúde Doutor Juarez: Sim, cede alguns Médicos. Comissão: Passando em valores o que seria isso mais ou menos hoje
por mês?. Secretário da Saúde Doutor
Juarez: Não, o Médico recebe o valor do seu contrato com a Prefeitura, só
que cumpre a carga horária ou parte da carga horária fazendo sobreaviso. Comissão: Mas em hora trabalhada seria
quanto por mês este serviço?. Prefeito
Giovani Amestoy: Esta questão do cumprimento de parte de horas no Hospital
é algo que vinha já da administração passada e que nós estamos aos poucos desativando,
isso aí é algo que nós não concordamos, os Médicos eles não tem como cumprir,
isso foi algo que a Secretária de Saúde da administração passada acertou, que
eu não concordo, o Doutor Juarez também não concorda e nós estamos aos poucos
desativando este sistema. Doutor
Adalgiso: Como eu falei há pouco aqui, embora talvez tenha sido mal
entendido, que eu tenha feito alguma ameaça, eu fiz um alerta, eu fiz este
mesmo alerta para a Rosane, que era Secretária, Rosane Abdalla, e o que eu
falei o Hospital não tem condições de pagar o sobreaviso médico, Hospital não
tem condições de pagar o sobreaviso médico porque por tudo aquilo que foi
exposto aqui, certo, e os Médicos diferente das outras classes, os Médicos que
fazem o sobreaviso estão há cinco ou
seis anos sem ganhar nenhum tipo de aumento, também já foi dito, tanto na
reunião com a Comissão aqui, quanto com o Prefeito, quanto reiteradas vezes, o
que a gente propôs para a Rosane já que não temos dinheiro para pagar o
sobreaviso médico, a gente vai escolher o que vai pagar, baseado no contrato
que o Estado tem com o Hospital a gente pode, tem que fazer 24 (Vinte e quatro)
cirurgias de urgência e eu falei para Rosane só com a Obstetrícia, o Hospital
consegue fazer aquelas cirurgias que estão acordadas no contrato e para isso se
eu fizer só Obstetrícia e como o Hospital não tem dinheiro para pagar o
sobreaviso, a gente abre mão do plantão de sobreaviso cirúrgico, e daí a Rosane
disse não, então vamos conversar para gente tentar ajustar tudo para que a gente
tenha um sobreaviso cirúrgico, culminou esta discussão com uma denúncia que
teve na Policlínica de um Médico que não vou citar o nome e para isso se eu
fizer só Obstetrícia, a Secretaria através talvez, não sei exatamente, com
autorização da Câmara passou as horas que os Médicos deveriam cumprir na
Policlínica ou no concurso com a Prefeitura para o Hospital, isto ajudou o
Hospital a custear o sobreaviso, eu vou repetir gente, não é ameaça, se eu dei
um tom de ameaça vocês me desculpem, mas não é ameaça, é um alerta, nós estamos
sem capacidade financeira para manter o serviço de sobreaviso e a Rosane no
intuito de fazer com que o sobreaviso funcionasse ela utilizou deste mecanismo.
O valor do Médico não é o valor financeiro se o Médico tem que cumprir 20 (Vinte)
horas na Policlínica ele é automaticamente repassado a cumprir 20 (Vinte) horas
no sobreaviso, o que pela minha ignorância eu não sei se é legal ou ilegal, mas
que ajuda o Hospital a manter as portas abertas para fazer o sobreaviso, vou
reiterar o sobreaviso do Hospital não, o Hospital não está tendo condições de
pagar o sobreaviso.
Assim,
esta comissão recomenda que continuem os esforços de todas as partes no sentido
de viabilizar a prestação do sobreaviso médico, dessa forma apresentado-se uma
solução de continuidade dos serviços de saúde prestados no âmbito do P.A e
Hospital.
7. Regionalização de partos
Discutiu-se no âmbito
da audiência pública a questão da regionalização dos partos como medida de
fortalecimento do combate a mortalidade infantil e fetal, assim vejamos:
Comissão: Existe um planejamento no Hospital em regionalizar os partos, é possível
colocar Caçapava neste planejamento através do Hospital?. Doutor Adalgiso: Este pleito vamos dizer assim que é a vontade de
todo mundo que tenha uma regionalização, quaisquer possam ser elas, a gente
gostaria de ter na nossa cidade por uma questão de fortalecimento da saúde,
quando chegou esta idéia a direção do Hospital eu pessoalmente com a equipe
médica que seria afetada no sentido de aumento de trabalho, no sentido de
assumir uma regionalização de partos de Obstetrícia conversei com eles aonde é
o gargalo de novo, vai parecer que eu sou, que a gente olha a cifra em tudo,
que a gente olha, mas não, aumentar demanda de trabalho num serviço onde os profissionais
que aqui estão já estão ganhando muito aquém do que se paga na média, fica
inviável porque os profissionais não querem, tu chega para o cara que ganha a
metade do que uma cidade pobre como Caçapava ganha, como eu citei Arroio dos
Ratos e diz que nós queremos aumentar o nosso serviço e vocês vão trabalhar
mais pelo mesmo dinheiro, o que os caras vão dizer?, não, não aumenta mais,
então todo o gargalo se dá é pela questão de serviço médico e se vocês não
lembram, não estão bem por dentro, de quantos anos para cá foi reduzido em 40%
(Quarenta por cento) os nossos plantonistas de Obstetrícia, 40% (Quarenta por
cento), a Doutora Rosi, a Doutora Neisa, nós tínhamos 5 (Cinco) para fazer hoje
temos 3 (Três) aí você chega para eles e diz assim vocês vão ganhar a mesma
coisa para fazer mais Lavras, mais Santaninha e mais alguma coisa, sabe o que
os caras vão dizer não quero, então tudo passa eu estou repetindo isso, não vou
nem advogar em causa própria porque isso aí quando eu propus para eles, quando
eu coloquei a idéia nem passou pela minha cabeça que ía onerar a questão da
Anestesia tá, mas eu sabia que ía onerar a Obstetrícia e a Pediatria porque é
uma coisa lógica, vai construir um prédio daí diz assim vou construir dois e te
pagar o mesmo, você não vai fazer, não é uma questão de cifra ou de dinheiro, é
uma questão de justiça financeira para quem está prestando o serviço, então a
gente tem que fazer uma adição sim na questão do sobreaviso que o Hospital não
recebe nem do Estado e nem do Município e tem que cobrir o sobreaviso e tem
chance de não seguir o sobreaviso. Coordenadoria-Juliana:
Sobre a questão da Regionalização dos Partos o Estado está como eu disse
querendo cofinanciar estabelecimentos de saúde que tenham requisitos para tal
entre eles, porque a gente tem um alto índice de mortalidade no nosso Estado,
materna e fetal, então querendo reduzir estes índices o Estado quer que estes
partos aconteçam em ambientes seguros, entre eles está dispor, um dos
requisitos é dispor de Obstétra, Pediatra e Anestesista, se for o caso de uma
cesárea, então tem que um dos requisitos é dispor desta equipe, então o que vai
acontecer além do valor da AIH ele recebe um cofinanciamento é isso tudo que a
gente vai ver, se o Hospital tem este interesse em dispor destes requisitos
para que o Estado possa cofinanciar quanto a isso. Hospital-Maria Helena: Para complementar o que a Juliana falou é
exatamente isso e o Hospital tem sim essa vontade de fazer a regionalização
assim como tem vontade de fazer a Traumatologia, mas eu gostaria de esclarecer
o seguinte, nós estamos o nosso pessoal já fez até capacitação, nós estamos
buscando ajuda na comunidade para montar o que falta na Unidade para nós poder
ser contemplados com isso, mas eu gostaria de dizer o quanto é o cofinanciamento.
Uma cesárea o Hospital recebe do SUS serviços hospitalares quinhentos e poucos
reais, o cofinanciamento da cesárea é de R$500,00 (Quinhentos reais) aí nós
vamos receber mil e nós gastamos mais de mil para fazer uma cesárea, então nós
estamos buscando sim, como eu disse no início da minha fala, os Hospitais tem
que buscar alternativas para poder atender o SUS de complementação financeira,
já marquei uma reunião com o Secretário da saúde de Lavras, então assim eu
estou buscando auxílio dos Municípios porque Lavras tem todo o interesse de vim
para cá e não ir para Bagé e as gestantes deles já estão vindo, a gente atende
pelo menos uma por semana, elas não estão mais tomando o rumo de Bagé, estão
vindo para cá, chegam ganhando aqui e obviamente a gente não pode negar de
atender, então nós estamos buscando alternativas financeiras para poder atender
isso aí e é nossa vontade dessa regionalização.
Logo, está comissão
recomenda que o gestor da saúde busque viabilizar a regionalização dos partos,
tendo em vista o potencial reflexo positivo desta medida.
8 – Exames
Outro ponto abordado
na audiência são os exames, no qual a população faz inúmeras reclamações sobre
este tema, principalmente dos pacientes que estão internados no Hospital.
Segundo o Hospital,
alguns exames, como tomografia, não estão contemplados no contrato do Hospital
com o Estado e por este motivo não disponibilizam. Quando este fato ocorrer
segundo o Ministério Público, o responsável é o gestor do SUS, ou seja, a
Prefeitura.
Foi debatido também a
falta de exames de ultrasom, que segundo a Comissão, o município pode ampliar
esta demanda comprando novos exames ou pelo consórcio intermunicipal de saúde.
9 – Cirurgias eletivas
Atualmente o Hospital recebe
um valor do Estado para cirurgias eletivas, no qual são utilizadas nos partos e
cirurgias de emergência. Com isso, acaba faltando para atender uma outra
parcela da população que espera na fila por uma cirurgia de média complexidade
e que não é considerada de urgência. Quem faz o gerenciamento das cirurgias é o
Poder Público, bem como nas internações hospitalares pelo SUS.
Para aumentar o número
de cirurgias, a Comissão sugere que a Prefeitura compre através do Consórcio ou
em negociação direta com os médicos e Hospital, um número elevado de cirurgias
para complementar o que o Estado já paga e diminuir até o final do ano o número
de pessoas na fila de espera.
10 – Triagem no Pronto Atendimento
Recomenda esta
comissão a implementação de sistema integrado para aqueles pacientes que sejam
identificados mo PA como não sendo de urgência, para encaminhamento as unidades
básicas de saúde com sua consulta já agendada. Este procedimento para as fichas
de cor azul e verde, onde na triagem a própria enfermeira do PA marca a
consulta na unidade.
Encerramento
Desta forma,
encerramos este relatório informando que durante a audiência surgiram várias
sugestões para melhorar o sistema de saúde de Caçapava do Sul, no qual é
prerrogativa do gestor organizar essas melhorias junto com os prestadores de
serviço, visando o bem estar da população.
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