Fonte: Jornal do Pampa
De acordo com a proposta, o município disponibiliza um
profissional habilitado que realiza a coleta do material necessário para
realização dos exames e envia este material coletado no laboratório habilitado
para realizar os exames, reduzindo custos aos produtores rurais. O programa
prevê apenas as coletas de sangue para a realização do exame do mormo e anemia
infecciosa, demais exames ou aplicação de vacinas são de responsabilidade dos
produtores.
De acordo com o vereador Mariano Teixeira (PP), autor do
projeto, o custo do exame ficava em torno de R$ 150,00 por animal, e hoje, com
o programa municipal, os criadores de cavalos gastam em torno de R$ 65,00,
sendo R$ 60,00 o valor do exame que é feito pelo laboratório Hípica, de Porto
Alegre, eR$ 5,00 é o custo dos itens necessários para a realização da coleta:
seringa, agulha, tubos para coleta de sangue, agulha e luvas. O pagamento é
feito através de depósito na conta do laboratório, após o cadastro na
Seagropic.
O vereador comentou ainda que o projeto está sendo utilizado
como modelo para aplicação em outras cidades. “Os municípios de Lavras do Sul,
São Sepé, Arroio dos Ratos e o vereador José Roberto Cajaíba de Oliveira, da
cidade de Teófilo Otoni de Minas Gerais entraram em contato comigo solicitando
cópia do projeto para usar como modelo”.
Segundo o veterinário, Marcio Costa, os produtores que tem
interesse em aderir ao programa devem fazer o cadastro na Secretaria de
Agropecuária, e conforme a demanda é feito um mapeamento e um cronograma para
as visitas de coleta. Ao chegar na propriedade, Costa confere a documentação do
animal, analisa as características do cavalo e preenche uma planilha que é
encaminhada ao laboratório junto do material, depois disso, é feita a coleta de
sangue. “O mínimo por atendimento são 10 cavalos, principalmente em virtude do
deslocamento”. O prazo do resultado do exame é de cerca de três dias, o
veterinário analisa os resultados e entra em contato novamente com os produtores.
Como a aplicação do programa municipal está em fase inicial,
o deslocamento ainda está sendo feito com o veículo particular veterinário, mas
o vereador Mariano Teixeira destacou que já está em fase de liberação um
veículo, Renault Kangoo, através do governo de Estado para utilização no
programa de controle do mormo e anemia infecciosa.
Para o produtor rural, Neto Oliveira, o programa trouxe
muitos benefícios para os criadores de cavalos. “Espero que o programa
permaneça em atividade, porque facilitou muito para nós, dá oportunidade de
todos manter saudáveis seus cavalos”.
Na primeira semana de atendimento, o veterinário realizou
149 coletas. O que representa uma economia de R$ 13.410. Se fossem feitos de
maneira particular, baseado no custo de R$ 150,00 por animal, o valor gasto
pelos produtores seria de R$ 22.350,00. Todos os cavalos atestados, e
apresentados com exame negativo, serão identificados com pulseira para serem
diferenciados e não precisarem apresentar novamente os exames ao longo dos eventos
Farroupilhas.
Contratação de veterinário gerou polêmica no Legislativo
A contratação emergencial de um veterinário, pelo prazo de
45 dias, para realizar as coletas dos exames do mormo e anemia infecciosa foi a
votação na sessão plenária do dia 22 de agosto, e gerou debate entre os
vereadores. No final, foi aprovado nove votos a favor e um contra, do vereador
Luis Fernando Torres (Boca – PT).
Luis Fernando Torres justificou seu voto afirmando que na
Secretaria de Agropecuária tem um servidor que é veterinário, e no seu ponto de
vista, poderia atuar nas coletas dos exames equinos. “No ano de 2015, o governo
do Estado lançou o programa Dissemina, um projeto que tinha como propósito
melhorar a genética dos rebanhos dos pequenos produtores, porém não foi aceito
pela administração anterior porque causaria gastos ao município, por não
possuir um veterinário para realizar o procedimento nos animais. Sabemos que a
Secretaria de Agropecuária tem veterinário concursado, portanto não teria
custo. Agora estamos passando pelo mesmo problema, a prefeitura contratou um
veterinário para realizar as coletas de sangue nos cavalos. Que justificativa
se dará para usar dinheiro público na contratação de um profissional que já
existe no quadro um servidor capacitado para este serviço?! Sabemos das
dificuldades que o município enfrenta com poucos recursos, portanto, o dinheiro
público precisa ser usado nos serviços essenciais, saúde, educação, segurança,
obras, iluminação, e foi por este motivo que votei contra a contratação do
veterinário”, afirmou.
Diante disso, o Secretário Adjunto da Seagropic, Marcelo
Freitas, destacou que o veterinário que está lotado na secretaria exerce função
administrativa vital. “O veterinário é responsável pela elaboração de projetos
e coordenação da parte de inspeção dos frigoríficos. Sendo assim é válida a
contratação de outro profissional para a realização das coletas para os exames
do mormo e controle de anemia infecciosa”.
Por Carol Petrin MTE 17.708/RS
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