O sistema começou a ser implantado no ano passado e fornecerá um boletim mensal de todos os procedimentos realizados na saúde no município.
Segundo a secretária de Saúde, Rosane Abdala, será possível obter dados de quantas consultas mensais o paciente realizou e até mesmo o custo de cada paciente e agente de saúde ao município.
“O boletim nos dá as diretrizes do trabalho a ser feito para a saúde da cidade. Antes era tudo no escuro. Agora, temos como enxergar onde o dinheiro público é aplicado e, também, quais políticas públicas precisam ser feitas naquela região que tem índices mais elevados em consultas, por exemplo”, explicou Rosane.
Os números são bem expressivos, mas ainda não estão completos, pois as Estratégias de Saúde da Família (ESF) não computaram ainda todos os dados.
Segundo a secretária de Saúde, a inserção deles ocorrerá progressivamente.
Só na primeira quinzena de dezembro, foram distribuídos 45.898 medicamentos pela Farmácia Municipal de Caçapava, gerando um custo de R$156.65,40.
Segundo Rosane Abdala, esses dados também ajudam a inferir a quantidade de medicamentos que foi retirada por cada paciente e averiguar se é feito o uso correto da medicação, além de saber quais estão em falta na farmácia para futuras compras.
Dados do relatório
De acordo com o boletim gerado, foram realizadas, entre novembro e dezembro, 3.305 consultas nas ESF. Destas, a ESF 1 Leoncio Valério Silveira foi a que mais atendeu caçapavanos: 630 pacientes. Em segundo lugar, vem a ESF 4 Jardim do Éden, com 501 pacientes, e, em terceiro, a ESF 2 Santa Rita, com 473 atendimentos.
O bairro Promorar lidera quando se trata de consulta com especialistas, sendo realizados, neste período, 497 atendimentos. Em segundo lugar, está o Floresta, com 328, e, em terceiro, a Vila Sul 285.
Já quando a consulta é de procedimentos ambulatoriais (curativos, aferição de pressão, dosagens de medicamentos, entre outros), dos 5.037 atendimentos, 1.057 foram na ESF 5 Vila Sul, que lidera o ranking, seguida da ESF 1 Leoncio Valério Silveira, com 789 atendimentos, e, em terceiro lugar, a ESF 3, do bairro Floresta 755.
Pacientes
O boletim indica que as mulheres são as que mais cuidam da saúde, se for analisado o quadro geral: das 2.424 consultas, 68,28% dos pacientes foram do sexo feminino, enquanto 31.72% do sexo masculino.
Em relação às frequências das consultas, o boletim constatou que há pacientes que recebem até cinco atendimentos por mês nas ESF. Para a secretária de saúde, dados como estes podem ajudar a identificar se o paciente é crônico ou não, se ele precisa de atenção especial em relação à saúde ou, caso nada seja constatado, se o atendimento não foi suficiente e ele necessitou uma nova consulta.
Atendimentos em grupo
Foram realizados 1.824 atendimentos em grupo. A ESF 3 bairro Floresta, atendeu 565 pessoas em 12 procedimentos em grupo, enquanto a ESF 1 Leoncio Valério Silveira realizou 11 atividades com 219 pessoas e a ESF 4 Jardim do Édem fez apenas um procedimento (o número de pessoas não foi computado).
Dos procedimentos realizados em grupo, os destaques são as estratégias de prevenção da saúde bucal, que somaram 785 atendimentos, e, segundo a secretária de saúde, existem projetos realizados nas escolas do município.
“Há, nesta área, também, parcerias com grandes corporações, como o SESC, que desenvolve um belo trabalho de prevenção da saúde da garotada, com palestras e através do oferecimento de um kit higiene”, disse Rosane.
Atendimento Odontológico
A saúde bucal ainda é uma preocupação para a Secretaria de Saúde. Entre dezembro e novembro, foram realizados 660 atendimentos. Na ESF 3 Bairro Floresta, foram 62 usuários com 213 atendimentos.
A ESF 1 Leoncio Valério Silveira também teve 62 usuários, que realizaram 148 atendimentos e, em terceiro lugar, ficou a ESF 2 Santa Rita, que teve 51 usuários e fez 98 procedimentos.
Destes procedimentos, o mais comum é a raspagem, alisamento e polimento supragengivais, com 96 intervenções.
Em segundo lugar ficou a exodontia (extração de dente) com 81 realizações, o que preocupa a secretária de saúde.
“A extração de dente não é um índice bom para o município, significa que faltam prevenção e cuidados na saúde bucal. O relatório serve também para apontar índices como este, onde precisaremos trabalhar para melhorar”, declarou Rosane.
Em terceiro lugar, está a primeira consulta odontológica programática, com 79 atendimentos realizados. Segundo Rosane, esta consulta faz parte dos encaminhamentos dos dentistas que atendem os grupos e escolas.
Medicamentos
Só na primeira quinzena de dezembro foram distribuidos 45.898 medicamentos pela farmácia Municipal de Caçapava, gerando uma custo de R$156.65,40 (Sessenta e seis mil, sessenta e cinco reais e quarenta centavos).
Destes, o campeão é o antihipertensivo; 12.287. Em segundo lugar vem o antidepressivo, 6.148 e, em terceiro, o diurético; 3.780. Os analgésicos, mais comuns e de mais saídas em farmácias, aparecem quase na 20ª posição, com 820 dosagens.
Segundo Rosane, esses dados também ajudam a inferir “quanto de medicamente foi retirado por cada paciente e podem ser tomadas medidas como se eles estão fazendo o uso correto da medicação, além de saber quais medicamentos estão em falta na farmácia para futuras compras”.
Pré-natal
Segundo o boletim, foram realizadas 113 consultas de gestantes na cidade. Destas, apenas quatro fizeram seis ou mais consultas. A ESF 4 Jardim do Éden foi a que mais atendeu grávidas: 45 consultas no total. Em segundo lugar, ficou a ESF 1 Leoncio Valério Silveira, com 36 atendimentos e, em terceiro, a ESF 5 Vila Sul, com 23 consultas realizadas.
A secretária informou que se trata de um número que ainda precisa ser melhorado, pois os agendamentos do Sis-Pré-natal influencia diretamente, por exemplo, no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade, e que as grávidas precisam acompanhar mais a saúde delas e do bebê que está sendo gestado.
Profissionais da área de saúde
O Boletim também gera dados como quantos atendimentos foram feitos pelos médicos, enfermeiros e demais agentes de saúde, no total de 41 profissionais, bem como o custo de cada consulta gerada por eles.
- Dados como estes indicam o custo de cada consulta, para que o município possa solicitar o repasse depois pelo Governo Federal, além de, também, avaliar o trabalho dos agentes de saúde e quanto eles custam: se estão satisfatórios e comparar com a quantidade de atendimentos de outros profissionais da mesma área - disse Rosane.
Próximo passo
A implantação do sistema de informatização da saúde está nas etapas iniciais ainda. Faltam a implantação da rede elétrica, que, segundo a secretária, já está em licitação, e o funcionamento total do material (computadores) que estão no estoque da prefeitura e que serão inseridos em cada sala de médicos de todas as unidades de saúde.
- Quando todas as ESF estiverem com sistema em pleno funcionamento, contaremos com boletins mais reais e poderemos organizar ações para a melhoria da saúde do município - declarou Rosane.
Segundo a Secretaria de Saúde, todos os caçapavanos terão, num futuro próximo, um cartão com chip, onde constará cada procedimento realizado pelo paciente (de agendamentos de consultas a retiradas de medicamentos) e poderão agendar suas consultas via internet ou através de um call center, assim como é em redes privadas de saúde.
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