Após mais de seis meses de negociação através de uma comissão
paritária, entre o Sindicato dos Professores e membros do Poder
Executivo, foi definido nesta quarta-feira, dia 01, o calendário
para o pagamento do piso nacional do magistério municipal.
A comissão começou o seu trabalho de formar um calendário em março
de 2014, onde neste caminho foi descoberto também um erro na tabela
de vencimento dos professores, no qual aconteceu no ano de 2010,
sendo corrigido na folha de agosto de 2014, totalizando cerca de R$
140 mil por ano. Já em outra etapa a Secretaria de Administração
rodou uma folha simulada com o piso nacional, para verificar a
defasagem total no básico dos professores, chegando a um cálculo de
aproximadamente 31%.
Desta forma, no final de agosto a Prefeitura apresentou a comissão,
e como consequência ao Sindicato, uma sugestão de calendário que
ficou assim distribuído: Pagamento em outubro de 2014, de um valor
de 3,7% para todo o funcionalismo, baixando a defasagem do piso para
entorno de 28%. Com isso, o calendário estipula o pagamento em
fevereiro de 2015, de um valor idêntico ao do Fundeb e mais 3%, em
novembro de 2015, pagamento de 15% da defasagem do piso e em
fevereiro de 2016, com o pagamento do índice normal do Fundeb e mais
3%. Já a última parcela seria em julho de 2016, com a
integralização total do piso, com os valores que faltarem.
Com esta proposta, o Sindicato realizou uma Assembleia Geral dos
professores e decidiram fazer uma contraproposta e apresentaram ao
Secretário da Fazenda Flávio Barreiro, que seria em 2015 pagar 30%
da defasagem, divididos em duas parcelas, julho e novembro.
O Secretário levou a contraproposta para a contadoria da Prefeitura
fazer todos os cálculos e saber da viabilidade e do tamanho do
deficit, além disso, enviou para conhecimento do Prefeito, já que a
decisão seria mais técnica do que administrativa.
Desta forma, com todos os dados na mão, o Secretário convocou para
esta quarta-feira, dia 01, uma reunião da comissão para informar
que a contraproposta do Sindicato de aumentar as parcelas em 2015 não
poderia ser aceita porque o deficit do ano seria enorme, além de
elevar o índice de comprometimento da folha para o limite não
recomendado pela lei de responsabilidade fiscal. Ficando portanto o
calendário inicial apresentado pela Prefeitura.
Com todas as considerações do Secretário, baseado em números e
valores, principalmente porque o Fundeb atualmente cobre apenas 70%
da folha do magistério e com o piso este número vai diminuir, o que
representa mais recurso livre na folha dos professores, a comissão
resolveu chegar a um acordo e definir o calendário de pagamento do
piso nacional ao magistério, o que representa cerca de R$ 5 milhões
em dois anos e também um resgate de uma defasagem de 31%, além das
reposições anuais até 2016.
A Comissão fez uma ata da reunião com todos os termos do acordo e
os índices do calendário, para baseado neste documento o Prefeito
Otomar Vivian, remeter um projeto de lei para a Câmara de
Vereadores, para ficar determinado em lei o calendário de pagamento
do piso. O Secretário vai enviar a ata ao Prefeito nesta
quinta-feira, dia 02, e a Procuradoria Jurídica começa a montar o
projeto de lei.
“ Estamos satisfeitos com o trabalho da comissão, que de maneira
muito competente organizou este calendário e também conseguiu
corrigir um erro do passado na tabela dos professores. Além disso,
estamos cumprindo com a nossa palavra empenhada junto ao Sindicato,
que até o final do nosso governo iriamos integralizar o piso para a
categoria e com muito esforço estamos concretizando, através de um
calendário de quatro parcelas, começando em fevereiro de 2015 e
finalizando no mês de julho de 2016”, disse o Prefeito.
Já a Secretária de Educação Maureli Lopes, comentou que a área
da educação avançou muito este ano, recordando a normalidade do
transporte escolar e os recursos a mais que foram conseguidos, o
uniforme escolar para as crianças, a criação do Instituto
Municipal de Educação e agora o calendário de pagamento do piso
nacional do magistério. “ Isto tudo são conquistas que ficarão
marcadas na história, por isso, que este ano está sendo muito
especial para todo o processo educacional do município”, disse
Maureli.
O Secretário da Fazenda, Flávio Barreiro, explicou ainda, que o
pagamento do piso só será possível, pela projeção de aumento de
alunos a partir do ano que vem, principalmente no Instituto Municipal
de Educação, onde a verba da Fundeb deve aumento pelas novas
matriculas, por isso, segundo o Secretário da importância de todos
os professores ajudarem o município na busca implacável por novos
estudantes, ainda mais agora que teremos mais uma escola municipal
com capacidade de abrigar cerca de mil alunos.
O Sindicato dos Professores manifestou na reunião, que a categoria
almejava índices maiores em 2015 e uma parcela já em 2014, mas
devido as condições financeiras e orçamentárias da Prefeitura,
não tinha outra alternativa se não aceitar a proposta inicial e
definir o calendário.
De acordo com Barreiro, anualmente a folha de pagamento dos
professores importa no montante anual de R$ 14.946.358,44 (quatorze
milhões, novecentos e quarenta e seis mil, trezentos e cinquenta e
oito reais e quarenta e quatro centavos). Sendo que, em torno de 70%
deste valor são cobertos com recursos do FUNDEB e o restante com
recursos do MDE. Com a implantação do piso, de acordo com o
calendário sugerido pela Prefeitura, este montante terá um
acréscimo de 18,03% em 2015 e de mais 31,15% em 2016, representando
um aumento de 55,28% no orçamento na folha de pagamento dos
professores, enquanto que a variação dos recursos oriundos do
FUNDEB dependerá, exclusivamente, do número de alunos matriculados
no ensino fundamental, e vem historicamente, tendo reajuste anual de
10% em média.
“Apesar do pagamento do Piso Salarial ser integralizado somente em
julho de 2016, aceitamos a proposta do prefeito. Mas vamos seguir
buscando na justiça as perdas salariais do Piso desde abril de 2011,
garantido pela Lei Federal, além disso, a decisão de não
participar dos projetos da SEDUC irá continuar até o pagamento da
primeira parcela que acontece em fevereiro de 2015”, explicou
Leslie Maicá, Presidente do Simpronc.
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