segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Governo e municípios da Campanha traçam estratégia conjunta para o setor eólico

O estímulo à produção de energia eólica na região da Campanha foi tema de reunião na tarde desta segunda-feira (27), entre representantes do Governo do Estado e prefeitos da região. A atividade contou com a participação de dirigentes da Eletrosul-Eletrobras e do Sindicato das Empresas de Energia Eólica.
“O Governo do Estado compreende a importância estratégica da energia eólica e propõe uma atuação conjunta com as prefeituras dos municípios com potencialidade, para aumentarmos a competitividade do Rio Grande do Sul nesse setor”, explicou o secretário-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS), Marcelo Danéris. O Estado está ampliando a participação nos leilões de energia eólica, resultado de um esforço conjunto, observou.
Para aprofundar o tema, ficou encaminhada a realização de um Diálogos CDES na segunda quinzena de março para debater alternativas para agilizar a emissão de licenciamentos ambientais, financiamentos complementares e possíveis desonerações tributárias para investimentos no setor. Esta atividade será concluída com a realização de uma exposição na Sala do Investidor, apresentando a estrutura gaúcha a empreendedores privados, para ampliar a confiabilidade dos projetos no RS.

Potencialidade gaúcha
Segundo o diretor de Engenharia da Eletrosul-Eletrobrás, Ronaldo Custódio, o Rio Grande do Sul tem grande potencial competitivo para a produção de energia eólica. “O RS é o único estado do país que tem todas as condições para formar um mercado livre completo para investimentos eólicos”, afirmou, referindo-se à solidez da cadeia produtiva do Estado, somada à alta incidência de ventos no território gaúcho.
Para Custódio, no entanto, a principal dificuldade enfrentada para a estruturação de empreendimentos eólicos são os licenciamentos ambientais emitidos pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).  Ele sugere a formação de um termo de referência padrão para investimentos em energia eólica no RS, agilizando as licenças. A perspectiva de não haver leilões de energia promovidos pelo Ministério de Minas e Energia nos próximos 90 dias, conforme Custódio, deve ser interpretada como uma oportunidade para o RS se organizar para ampliar sua competitividade nos próximos certames.
“Para vencermos os leilões, precisamos estar unidos, investidores, estatais, governo do Estado e prefeituras”, declarou o presidente do Sindicato das Indústrias de Energia Eólica (Sindieólica), Ricardo Rosito. Para ele, o setor eólico é o segundo segmento em volume de investimentos no RS, atrás apenas para o polo naval. Por dividir a riqueza gerada entre os municípios com empreendimentos, o setor ainda possui importante função social, afirma. “O SindEólica está à disposição do Governo do Estado e dos municípios, para fazer uma frente conjunta para atrair investimentos privados e deslanchar esse setor no RS”, declarou Rosito.
 
Esforço transversal
O diretor de Infraestrutura e Energia da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marco de Franceschi, apresentou as ações do Governo Estadual para estimular. Ele explicou o RS tem potencial para gerar 20 gigawatts de energia a partir de projetos eólicos, o que representa o triplo do que o RS consome atualmente.
“Estamos desenvolvendo um trabalho planejado e em conjunto para o desenvolvimento deste setor”, afirmou, citando a cooperação entre órgãos governamentais, Eletrosul e SindEólica.  Segundo Franceschi, uma iniciativa importante que está em andamento é a atualização do Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, ferramenta de referência para projetos setoriais, que ampliará o potencial de aproveitamento dos ventos para geração de energia.
Prefeituras integradas
Ao todo, dez prefeitos e representantes de prefeituras da Região da Campanha participaram do encontro e fizeram contribuições para a elaboração de uma estratégia conjunta ao setor eólico no Rio Grande do Sul. O prefeito de Bagé, Dudu Colombo, parabenizou o Executivo estadual pelo esforço em articular os diferentes entes relacionados ao segmento. O prefeito de São Sepé, Leocarlos Girardello, sugeriu a criação de uma associação ou assembleia permanente entre municípios da região para a cooperação e fortalecimento do setor.
Estiveram presentes representantes das prefeituras dos municípios de Aceguá, Bagé, Caçapava do Sul, Hulha Negra, Lavras do Sul, Santa Margarida do Sul, São Gabriel, São Sepé, Vila Nova do Sul, Candiota, Santana da Boa Vista, Dom Pedrito e Vila Nova. O Encontro deu continuidade ao evento Diálogos CDES, realizado em Lavras do Sul, em 30 de agosto de 2013, que reuniu gestores, empresários e demais interessados no tema.

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