A luta é de todos
nós!
Neste mês de
dezembro comemora-se o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Cada um de
nós pode e deve contribuir nessa batalha. Como? De dois jeitos:
Usando camisinha
em todas as práticas sexuais e fazendo o teste de HIV uma vez ao
ano, ou quando existir suspeita de infecção ou exposição a fator
de risco.
Parecem tarefas
simples, não é mesmo? Porém se tornam complexas devido a todas as
questões emocionais e sociais envolvidas.
O comportamento
preventivo de usar camisinha ainda hoje enfrenta sérios obstáculos.
O saudável seria homens e mulheres, de qualquer idade, usarem a
camisinha em todas as práticas sexuais desde a iniciação sexual.
Mas para muita
gente essa ideia não é levada a sério. Pelo contrário: na maioria
das vezes o incentivo é justamente o oposto. A fim de seduzir e
convencer o não uso da camisinha muitas pessoas alegam que relações
estáveis não precisam destes cuidados, que a relação pode ser
mais prazerosa sem a prevenção, que o não uso é uma prova de
confiança, que o HIV só pega nos outros e tantas outras falas e
pensamentos deste tipo.
O vírus HIV não
escolhe idade, raça, aparência, estado civil, nem sexo. A AIDS é
uma doença que qualquer pessoa pode se contaminar, principalmente se
praticar sexo sem camisinha. Ou seja, é melhor não arriscar.
Na verdade dá sim
para fazer da camisinha uma presença constante nas nossas relações,
fazendo parte do erotismo e da sedução que envolve o ato sexual.
Concordo que seria melhor poder manter nossas práticas sexuais sem
isso, mas a realidade da saúde mundial atual não é essa.
Em relação ao
teste HIV, quanto antes o fizer, melhor será. Apenas com uma gota de
sangue colhida do dedo já dá para saber, em menos de 30 minutos, se
a pessoa tem HIV, o vírus da Aids, ou não. O teste de HIV está
disponível nas unidades de saúde e ele é gratuito, não precisando
de preparo, jejum nem requisição médica, sendo de caráter seguro
e sigiloso.
Então qual o
problema? Muitas vezes é decidir e ter coragem para ir, fazer o
teste e enfrentar o resultado. É enorme o número de pessoas que
nunca se testou. E é gigantesca e assustadora a quantidade de
pessoas que desconhece o fato de ser portadora do vírus da Aids.
De acordo com o
Ministério da Saúde, acredita-se que no nosso país há mais de 750
mil portadores de HIV e, desses, uma média de 200 mil não sabem que
têm o vírus. Virar esse jogo é fundamental para o controle da
doença.
Desde o surgimento
da AIDS, no início dos anos 80, uma significativa transformação na
forma de ter prazer a dois passou a existir. E quem é esperto não
pode ficar de olhos fechados para essa realidade. Muito menos se
render ao pensamento mágico de ser imune ao HIV pois é certo que
correr o risco não vale a pena.
A AIDS tem
tratamento e aqui no Brasil as medicações são gratuitas, ou seja,
o portador do HIV pode seguir em frente com bem-estar e qualidade de
vida. Mas a Aids é uma doença que ainda não tem cura nem vacina.
Também não é tão simples conviver com tudo o que o processo de
tratamento exige.
Para quem se
angustiou ao ler essas linhas, fique tranquilo que dá para reverter
o jogo. A idéia aqui é ampliar a reflexão sobre esse assunto tão
delicado e tão atual mas que muita gente anda deixando de lado. A
ideia é fazer um alerta para a importância da prevenção e do
diagnóstico precoce, além de um chamado para a mudança de atitude.
O próximo passo
depende de você: para quem não usa camisinha, vale rever essa ideia
e começar a usar já na próxima relação. Para quem está com medo
de ter o vírus HIV e não saber disso, vale procurar uma unidade
básica de saúde ou a Policlínica Municipal – nas quintas-feiras
das 8hrs às 11hr - para fazer o exame. Saber o resultado só faz
bem: dá um imenso alívio para quem descobre que não é portador do
HIV, e dá a oportunidade de começar imediatamente um tratamento
para quem descobre que é.
Tenha coragem para
entrar nessa luta!
Cristiane Campos
Psicóloga
DST/AIDS/HV – Caçapava do Sul-RS
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