Fon te: Comunicação Emater
A partir de uma demanda dos olivicultores de Caçapava do Sul, realizou-se na quarta-feira (02), na Associação Comercial e Industrial de Caçapava do Sul (ACIC), um curso sobre poda de oliveiras.
As orientações quanto às podas de formação e produção foram apresentadas pelo engenheiro agrônomo e assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar Tailor Garcia.
A capacitação foi promovida pela Emater, Programa Brasil Próximo, Secretarias da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA) e do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Prefeitura de Caçapava do Sul e Associação dos Olivicultores do Sul do Brasil (Olisul).
A abertura da atividade foi realizada pelo engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar e representante da Associação dos Olivicultores do Sul do Brasil (Olisul), Gustavo Rodrigues de Lima, que falou sobre a necessidade de capacitação sobre o tema. A Olisul possui atualmente 48 associados, o que representa uma área de cultivo de 150 hectares, com produção de 75 mil quilos de azeitonas e aproximadamente oito mil litros de azeite.
Na sequência o coordenador do Programa Brasil Próximo e secretário do Desenvolvimento Rural deBagé, Émerson Menezes, apresentou o programa, que é o resultado de um acordo de cooperação técnica firmado em 2009 entre os governos do Brasil e Itália. O objetivo principal do Programa Brasil Próximo é fomentar a produção de azeite extra virgem de alta qualidade no Sul do Brasil.
Durante o curso, Garcia mostrou alguns dos objetivos da poda (eliminação de parte dos ramos), entre eles o aumento da produção e da qualidade dos frutos com colheitas regulares, eliminando a alternância de produção; manter a adequada relação entre o crescimento vegetativo e a frutificação; estimular a brotação e o crescimento de ramos jovens; facilitar o acesso à planta para trato e manuseio, favorecendo a execução e a eficiência dos tratamentos fitossanitários e a colheita e permitir a remoção de ramos doentes, secos, exauridos, quebrados, concorrentes e inconvenientes. “A poda é essencial e indispensável”, afirma Garcia.
Conforme o assistente técnico regional, a poda influencia de forma significativa a obtenção de uma boa produção, com qualidade e regularidade constante, assim como a duração da fase produtiva da planta. Além disso, Garcia alerta sobre a necessidade de se conhecer os princípios básicos da fisiologia da planta. “As azeitonas são formadas nos ramos que brotaram no ano anterior, portanto, não se deve podar apenas para aumentar a produção de frutos, mas também para preparar a planta para produzir no ano seguinte”, explica.
Destaca-se ainda que o excesso de crescimento vegetativo reduz a quantidade de frutos, já o excesso de frutos reduz a sua qualidade, ou seja, há uma relação inversa entre vigor e produção. A poda ainda varia conforme as fases da vida da oliveira. Na fase juvenil, quando prevalece a atividade vegetativa, deve-se fazer uma poda leve, já na fase adulta, quando há equilíbrio entre as atividades vegetativa e produtiva, recomenda-se uma poda média, para manter o equilíbrio da planta. Por fim, na fase da velhice, quando a atividade produtiva está em decadência, orienta-se uma poda severa, com o objetivo de rejuvenescer a planta.
Garcia também apresentou as formas de condução mais utilizadas na olivicultura, que são: vaso, vaso livre e vaso policônico, monocônico, líder central, eixo central e globo. No Rio Grande do Sul predomina a forma de vaso, que é a mais recomendada para pomares com baixa ou média densidade de plantas. Quanto às podas de formação, o engenheiro agrônomo recomenda que esta seja realizada na fase juvenil, ou seja, no período de crescimento e sem produção.
Durante a parte prática, ocorrida na propriedade de Rosane Abdala, Garcia e o assistente técnico estadual em Fruticultura da Emater/RS-Ascar, Antonio Conte, demonstraram como ocorre a eliminação dos ramos e dos galhos em excesso. Recomenda-se reduzir o número de galhos principais, deixando de três a quatro pernadas. No entanto, a redução deve ocorrer de forma gradual, para não prejudicar a planta.
Já a poda de produção ocorre quando se inicia a fase produtiva da oliveira. O objetivo é obter uma elevada produção de frutos e, também, manter o equilíbrio entre as atividades vegetativa e produtiva. Quanto ao melhor período de podar as oliveiras, Garcia indica o inverno, pois é a época em que a planta apresenta baixa atividade fisiológica, no entanto, em regiões com ocorrência de geadas fortes, é recomendado atrasar a poda para o final do inverno.
Olivicultura no Rio Grande do Sul
Conforme dados do assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar Tailor Garcia, no Rio Grande do Sul, a área de cultivo de oliveiras é de 1.200 hectares entre 95 olivicultores, divididos em 35 municípios, a maioria deles situados na Metade Sul do Estado. Os principais municípios produtores são Cachoeira do Sul, Caçapava do Sul, Pinheiro Machado, Canguçu e Santana do Livramento. Em 2014, a produção de azeitonas processados, no Rio Grande do Sul, foi de 290 mil quilos, colhidos entre os meses de março e abril, já a produção de azeite extra virgem chegou a 28 mil litros. Atualmente, o Estado possui quatro indústrias de extração de azeite de oliva.
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