Free shops entram em discussão
A senadora Ana Amélia (PP-RS) criticou nesta sexta-feira (13), o tratamento que o Brasil tem dado aos países do Mercosul, definido por ela como "paternalista". O governo brasileiro, apesar de sofrer restrições comerciais do bloco, observou a senadora, continua com a política de beneficiar os países vizinhos.
Como exemplo, Ana Amélia citou a barreira comercial adotada pela Argentina em relação às máquinas e equipamentos agrícolas brasileiros e a criação de free shops pelo governo uruguaio na fronteira com o Brasil, que prejudicam empresários brasileiros, como afirmou. No entanto, ressaltou, o Congresso Nacional aprovou, nessa quarta-feira (11), o aumento do valor pago pelo Brasil pela energia elétrica excedente da usina de Itaipu.
A senadora citou documento entregue a ela durante a semana pelo prefeito de Maurício Cardoso, Marino Polo (PP), presidente da Associação dos Municípios da Grande Santa Rosa, região onde estão instaladas duas empresas que produzem grande parte dos equipamentos agrícolas do país, como tratores e colheitadeiras, e que vem sendo afetada devido à situação.
O material relata a apreensão vivida por conta das dificuldades no setor que gera mais de quatro mil empregos diretos na região na qual estão instaladas mais de 50 empresas fornecedoras de insumos industriais, formando um pólo responsável por toda a dinâmica econômica regional, movimentando, além da indústria metalúrgica, o comércio e os serviços.
Com as restrições adotadas, a Argentina impediu nos últimos meses a entrada de 800 máquinas brasileiras em seu território. Em consequência, mais de 300 trabalhadores dessas indústrias foram demitidos e as empresas já pensam em se transferir para aquele país e passar a concorrer com as empresas brasileiras.
- Esse é apenas mais um caso entre outros tantos que tenho relatado nesta tribuna. As relações com os países do Mercosul precisam deixar de ser paternalistas – cobrou Ana Amélia.
Free shops
A senadora também defendeu a criação de free shops nas cidades de Jaguarão, Quarai, Livramento e outras fronteiriças com o Uruguai. Ana Amélia ressaltou que os comerciantes brasileiros dessas localidades estão falindo por não conseguirem enfrentar a concorrência com os comerciantes uruguaios.
- Precisamos encontrar uma forma que compatibilize para a boa convivência dos dois lados da fronteira que, com esse processo e com essa política adotada pelo governo uruguaio, conseguiu dar àquela região uma mobilidade, uma movimentação e uma atividade econômica muito maior – acrescentou.
Foto: J.Freitas/Agência Senado
Assessoria Senadora
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