Até a próxima sexta-feira, 13 de maio, idosos, indígenas, gestantes, crianças com idade entre seis meses a dois anos e profissionais da saúde deverão ser imunizados contra a gripe. Este ano, a composição da vacina protege contra dois tipos de gripe sazonal e contra a gripe A (H1N1), que são os três principais vírus em circulação no Hemisfério Sul, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A vacina é a forma de prevenção mais eficaz contra a influenza e suas complicações nestes grupos de maior risco, segundo a coordenadora da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Marilina Bercini, além de ser gratuita e estar disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde. A médica reforça o apelo para que aqueles que estão nesses grupos de risco procurem se vacinar o quanto antes.
O presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, José Paulo Vasconcellos, alerta que as infecções respiratórias constituem um conjunto de doenças que comumente afetam as crianças, sendo o vírus da influenza um dos principais agentes etiológicos, responsável por 75% dessas infecções. José Paulo afirma que a ampliação da campanha de vacinação para as crianças na faixa etária de seis meses a dois anos atende a uma solicitação da comunidade científica. "Por meio da vacinação direcionada, pretende-se diminuir o número de internações hospitalares por influenza e pneumonia, os gastos com medicamentos e a redução dos indicadores de mortalidade deste grupo da população", conclui o pediatra.
A única contraindicação formal para a vacina, prevista no Programa Estadual de Imunizações, é para aquelas pessoas com reações alérgicas severas à ingestão de ovo. "Normalmente existem algumas precauções, que não são contraindicações", afirma Marilina Bercini. Ela recomenda ainda que pessoas com doenças agudas e febris, moderadas ou graves, devem adiar a vacinação até a resolução desse quadro clínico.
Este ano, duas entidades médicas, a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul (Sogirs) e a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul estão recomendando formalmente a vacinação contra o vírus influenza para todas as gestantes e para as crianças de seis meses e menores de dois anos. Segundo o presidente da Sogirgs, Flávio Vieira, ser gestante é considerado um dos fatores de risco para complicações pelo vírus porque no período da gestação o sistema imunológico das mulheres fica ligeiramente enfraquecido, com diminuição da imunidade celular, maior consumo de oxigênio e redução da capacidade residual funcional. "Estes fatores contribuem para que a doença em grávidas seja mais grave", diz Flávio.
As crianças com idade entre seis meses e dois anos serão imunizadas em duas doses, com 30 dias de intervalo. A exceção são os bebês que já receberam em algum momento a vacina sazonal - o que não inclui a vacina contra a gripe A feita no ano passado, que não continha cepa de influenza sazonal. Nesse caso, a criança receberá somente uma dose.
No Rio Grande do Sul, desde o início da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe, em 25 de abril, já foram imunizadas 631.062 pessoas, sendo 63.740 crianças; 50.279 trabalhadores de saúde; 25.264 gestantes; 9.311 indígenas e 482.468 idosos. Segundo dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, atualizados na quarta-feira (4), mais de 30% da população total estimada dos grupos prioritários já foi imunizada. No total, a população gaúcha estimada nos cinco grupos é de cerca de 1,9 milhões de pessoas - aproximadamente 202,7 mil crianças, 128 mil gestantes, 19,6 mil indígenas, 137,7 mil profissionais da Saúde e 1,4 milhão de idosos. A meta é imunizar pelo menos 80% da população de cada grupo.
Palácio Piratini
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