quarta-feira, 11 de abril de 2018

Síndrome do Espectro Autista: uma geração que tem suas particularidades

O autismo é um transtorno de desenvolvimento que geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social. Atualmente denominado Transtorno do Espectro Autista (TEA), o quadro engloba uma série de aspectos do desenvolvimento infantil que se manifestam em maior ou menor grau de acometimento, por isso, utiliza-se a noção de espectro.
Na sexta, (06), a Secretaria de Educação de Caçapava do Sul (Seduc), promoveu a Jornada Pandorga de Autismo, realizada no Clube União Caçapavana.
Durante a Jornada foram debatidas características comportamentais, causas do autismo, síndrome de Asperger, o mundo sensorial do autismo, entre outros assuntos relacionados ao tema.
A vereadora Jussarete Vargas (PP), que têm uma filha autista, além de buscar informações para ampliar seu conhecimento sobre o tema, representou o Poder Legislativo na jornada.
Para a vereadora, falar sobre o autismo é fundamental para a desconstrução de mitos sobre a síndrome. A história da vereadora se parece com a de milhares de famílias que embarcam na jornada rumo a um universo desconhecido e tentam encontrar formas de desvendar esse novo mundo.
Jussarete conta que aparentemente a filha era uma criança como outra, nascida com 1800 gramas prematura de 33 semanas. Aos quatro meses já estava correndo pela casa em um andador, sorrindo e convivendo com a família, mas notava-se audição seletiva.
“Ela só ouvia os sons que lhe agradava. Quando chamada pelo nome não atendia, já algum desenho animado que lhe agradava ela interagia. Foi aí que começamos a desconfiar que algo estava errado”, confidencia a vereadora.
Kauana passou por avaliações pediatras e neurológicas e nada concreto. Quando ela estava com dois anos e meio, os pais assistiram a um programa do Fantástico cujo tema era autismo. Então decidiram procurar outro neuropediatra. A especialista solicitou avaliações na Escola Mundo Novo Educação Especial, em Santa Maria, que foram encaminhadas para neurologista. A profissional diagnosticou Síndrome do Espectro Autista.
“A notícia mudou nossas vidas, a partir daí nos deparamos com um grande desafio: oferecer condições para o desenvolvimento da nossa filha. Como mãe já havia percebido que minha filha não era uma criança como as outras que são consideradas ‘normais’. As mudanças que ocorreram na família, acima de tudo foram interiores. Eu mudei como pessoa, aprendi a ter paciência e encarar os fatos com serenidade”, avalia Jussarete.
A vereadora relata que a vida da família é voltada para a filha Kauana, sempre procurando oferecer estímulos para o seu desenvolvimento e melhorar sua qualidade de vida. Hoje ela está com 6 anos e 7 meses e frequenta uma EMEI de nosso município, onde tem o acompanhamento de uma monitora especial. Duas vezes por semana Kauana frequenta a Escola Mundo Novo de Educação Especial. Lá ela participa de atividades voltadas à educação especial, educação física e fonoaudiológica.
“A Kauana ama todos os profissionais de seu convívio e tem muito carinho por todos. Como mulher, mãe e política, gosto de compartilhar as as evoluções da minha filha, seja nas redes sociais ou através de relatos e depoimentos, não para expor ela , mas sim para dizer as pessoas que com muita luta e com a proteção de nosso Deus tudo é possível’, desabafa Jussarete.
 Para a vereadora, o encontro foi de extrema importância para a comunidade, pois teve a participação de professores, monitores, Apae, Abrigo Bem Me Quer e Secretaria da Saúde.
“Os profissionais saíram com conhecimento do assunto e isso será de grande valia no dia a dia, pois terão um olhar diferenciado para atender as crianças autistas. Meu alerta para que os pais observem seus filhos e sempre que tenha algo diferente procure um especialista. Coloco meu gabinete na Câmara à disposição para qualquer dúvida”, destaca Jussarete.

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